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Por que construir um bom time é importante para startups

10/04/2025

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Fundar uma startup envolve um caminho de incertezas e desafios a superar, muitas vezes em cenários adversos economicamente. Por isso, confiar no time é essencial para conquistar a segurança de que a equipe conseguirá navegar por momentos de escassez e dificuldades, afinal, a jornada exige mais do que uma boa ideia: ser fundador de startup também significa saber se adaptar.

Um exemplo disso é a Pismo, fintech vendida por US$ 1 bilhão para a Visa, em 2023. A startup foi fundada em 2016 por Juliana e Daniela Binatti, irmãs, Ricardo Josuá e Marcelo Parise, marido de Daniela. Além dos laços familiares, eles se conheciam havia anos antes de empreenderem juntos.

“Ter tanta confiança um no outro ajudou demais. Todo o apoio que tivemos como grupo foi, sem dúvida, um fator determinante [para o sucesso]. Sempre decidimos tudo juntos, mesmo Ricardo sendo o CEO”, contou Juliana durante painel no South Summit Brazil 2025, evento que acontece até sexta-feira (11/4), em Porto Alegre.

Ela recorda um momento em que essa troca entre o time foi importante para a trajetória da startup. Logo no início, quando ainda não recebiam salário e viviam angustiados com a situação financeira do negócio, a Pismo conversou com dois investidores-anjo. Um aporte poderia trazer fôlego para a startup, mas os sócios perceberam que os investidores não entendiam o core do negócio.

“Decidimos em grupo seguir mais um pouco. E acabou sendo ótimo. Depois, chegamos aos investidores corretos, que fizeram a diferença na nossa história”, acrescentou.

Outro ponto destacado durante o primeiro dia de South Summit Brazil foi a resistência de investidores em injetar capital em empreendedores solo. Jan Karsten, da gestora Brainvest, apontou que, no early stage, foge dessa possibilidade. “Por melhor que seja o deal, entendemos que é um negócio que precisa de um time para acontecer”, afirmou.

Alex Szapiro, do SoftBank, ressaltou que o talento do time é algo que não importa apenas nos estágios iniciais. Segundo o investidor, a startup passa por etapas diferentes e, por isso, precisa de uma equipe com skills diferentes.

“Quando encontro um fundador e ele fala apenas das ferramentas que vai construir, não é isso o que eu procuro. Eu quero entender o problema a ser resolvido e se você tem o talento certo, que se adapte e pivote”, apontou.
Além de reunir os talentos certos, os fundadores precisam garantir que haja alinhamento entre a equipe. Frederico Wiesel, da Spectra Investments, destacou que muitos “nãos” são dados pelos investidores por causa disso. “É difícil quando o time é tecnicamente capacitado, mas não há uma dinâmica boa para tocar o plano, os valores não estão alinhados. É um ‘não’ difícil de dar, mas precisamos avaliar a visão de futuro e a interação entre as pessoas que estão nesse barco juntas”, afirmou.

Daniela, da Pismo, trouxe luz para a questão da saúde mental, pontuando que a jornada empreendedora é difícil e, muitas vezes, solitária. “Ter preparo emocional faz toda a diferença. Manter a cabeça focada é o que ajuda a atravessar todos os perrengues que aparecem e não foram previstos em nenhum plano de negócios”, finalizou.


Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios